Quando não estou fixe, simplesmente isolo-me no atelier... zero contacto com o exterior. Ontem foi um desses dias.
Um amigo meu ao saber da minha má vibe, praticamente "obrigou-me" a ir dar uma volta, e lancharmos na Padaria Portuguesa.
Dei por mim a ser atendida por um rapaz que devia estar em periodo de experiência ou assim, pois estava completamente à nora.
A comunicação não estava nada fácil. O funcionário parecia ser de origem de Leste e estava deveras a esforçar-se, mas fazia-me repetir várias vezes, relembrar... e eu com uma baixa capacidade de tolerância daquelas.
Quem me conhece sabe que noutra situação estaria já a tentar com que aquele momento fosse divertido para ambos, e até soltaria um piropo pois era bem giro 😉
Mas não... dei por mim com pensamentos xenófobos, de superioridade e malicidade... e ao mesmo tempo enojada de mim mesma.
Tive clara consciência durante o atendimento da origem de muitos desses pensamentos, que desabam em comportamentos.
A minha má vibe tinha origem... e sei disso pois dedico-me bastante à auto análise... no facto de estar a passar por uma fase de elevada incapacidade de lidar com a frustração, causando um estado de tristeza profunda e uma grande exaustão emocional.
Deveria haver um teste de detecção de frustrados, e uma lei que os encarcerava, os obrigava a chegar a um estado de auto consciência e só depois poderiam ser libertados.
Acho que as ruas ficariam tão desertas como no Estado de Emergência.
Carmencita