Pedes, com o olhar de um cão vadio em dor:
- “Liberta-me!”
E dizes, em sorriso doce e sereno:
“- Não tem de ser já. Mas tem de ser agora.”
Lamento dizer-te,
que a minha liberdade é um vírus de contágio rápido e avassalador.
Mas, uma vez que já tiveste a morte de um grande amor,
talvez o resistas, e sejamos felizes para sempre.
Vou buscar a chave do cadeado forjada no meu corpo,
e encontramo-nos no postigo.
CARMENCITA
(Texto publicado no Livro Antalogia da Liberdade da Chiado Editores e escrito durante o estado de emergência COVID)